quinta-feira, 20 de setembro de 2007

LIÇÕES DE VIDA



Os homens buscam os grandes ensinamentos nos grandes mestres e, por isso, anseiam pela volta do Messias, quando todas essas lições estão à nossa frente vinte e quatro horas por dia, durante toda a nossa vida. É a Natureza em suas múltiplas expressões. Foi isso que o poeta nos mostrou quando escreveu:

Ouve em ti mesmo a voz que vem de longe!
Pois vem da terra onde só agora o monge
trabalha em paz, após missão cumprida!
Sê para ela assim, como espelho,
reproduzindo em ações o conselho
que ela te dá, pois é lição de vida!

Sê como o sândalo, que não se importa,
vai perfumando o machado que o corta,
como perfuma toda a Natureza!
Sê como o pássaro que te consola!
Embora preso naquela gaiola,
canta e demonstra a interior beleza!

Sê como a abelha, que feliz prepara
seu doce mel de qualidade rara!
Adoça a vida em todos os lugares!
Sê como o Sol, que não diferencia,
ao distribuir, igualmente, energia
ao mar, desertos, bosques e pomares!...

Sê como a Lua, que na noite escura,
vai substituindo o Sol com a ternura
da mãe a apresentar ao filho o pai!
Sê como aquele menestrel sincero
e confiante que, quando diz: quero
que saia um lindo poema! O mesmo sai!

Sê como o galo, que feliz desperta
cantarolando, porque na hora certa,
acorda pra cumprir o seu papel!
Sê puro, como pura é uma criança!
Somente assim sentirás esperança
de fazer parte do reino do céu!

Sê como foram os sábios lá do Oriente!
Porque cada um representa a semente
plantada pelo nosso Pai Criador!
Sê tudo aquilo que há de mais profundo
nesse teu eu, pois lá existe um mundo
pleno de paz, sabedoria e amor!...

Sê como aquele barqueiro que sai
sem medo, desce o rio e nele vai,
até chegar ao seu destino, o mar!
Sê como o medianeiro executor
das obras mil do Divino Criador!
Só assim ao Pai conseguirás chegar.

ANJO DA GUARDA


Quando olhares para o mundo e só enxergares o seu lado negativo; nas pessoas só anotares as maldades; nas matas só reclamares dos mosquitos a te picarem; no ar ou no mar apenas atentares para a ação destruidora da erosão, então, certamente te sentirás infeliz, amargo como tantos tiranos que destruíram cidades ou criaram planos econômicos que só levaram fome miséria e morte ao povo.
Quando tudo isso estiver acontecendo contigo, será preferível que feches os olhos para esse mesmo mundo e olhes para dentro de ti e escutes os conselhos vindos de lá, como fez o poeta quando escreveu:

Vale de lágrimas! Terra!
Só desilusão, encerra
os males que em ti encontrei!
Por pouco não esqueci
do que com o pranto aprendi.
Quero ser feliz! Gritei.

Gritei, mas, tão angustiado,
que, logo alguém, do outro lado,
falou-me em tom de sermão:
seu momento chegará!
Procure, espere e verá!
Amoleça o coração!

Agora chore baixinho!
Sinta-me! Estou bem pertinho!
Sou bem mais que seu irmão!
Não! Não enxugue essa lágrima!
Deixe-a rolar como o magma
pela encosta do vulcão!

Deixe drenar o seu pranto
que agora o atormenta tanto!
Coloque amor no lugar!
Pois, cada lágrima saindo,
vai a dor substituindo
por amor! Pode chorar!

A lágrima é todo efeito,
do gelo que do seu peito
quer sair! Não pode ver?
Ele não sai inteirinho,
nem tampouco em pedacinho.
Deixe o tempo o derreter!

Agora sinta lá n’alma,
como é bom sentir a calma
de sofrer resignado!
Pois é o Mestre que anuncia:
Sofre! Chora! Busca! Um dia
serás bem aventurado!

Já dei parte do recado.
Vou voltar para o outro lado,
onde nosso Pai aguarda.
Quando se sentir assim,
lembre-se e chame por mim!
Eu sou seu anjo da guarda!

MEDIUNIDADE



... Mas não confundais, oh! Habitantes da minha pátria, a luz artificial dos refletores com aquela natural da Lua! Pois, enquanto a primeira é excitante, chumba a nossa atenção às preocupações com as coisas da Terra, a outra é relaxante, afrouxa as amarras que nos prendem ao corpo de carne e nos lança nas mais lindas viagens astrais. Assim sendo, oh! Vós que vos encontrais reencarnado, se quereis receber as lindas mensagens dos poetas livres, sublimai vossas pesadas vaidades, transformando-as em leves boas obras, pois delas necessitareis quando do corpo carnal vos libertardes, qual viajor que precisa trocar seu pesado fardo de ouro por leve papel moeda, para atravessar a nado um largo e profundo rio, pois dele não prescindirá quando à outra margem chegar para constatar que:

liberta se encontra a mente
de todo aquele que sente
ser preciso renunciar
aos prazeres desta vida,
porque na hora da partida,
nada se pode levar.

Liberto se encontra quem
sabe que, lá nele tem
instrumento tão bonito,
recebendo e transmitindo
tudo o que do alto vem vindo;
uma antena do infinito.

Se está limpa a sua antena,
virá mensagem serena,
de fácil compreensão.
Mas, se está suja, paciência,
só surgirá interferência,
jamais comunicação!

O que suja esse instrumento
é o nosso vil pensamento,
sempre agarrado a esta vida,
sem renunciar um instante
ao venerado diamante;
nem na hora da partida!

Pra limpar este aparelho,
escutemos o conselho
do Mestre aos discípulos seus!
Sigamos os passos d’Ele!
Só nos espelhando n’Ele,
conversaremos com Deus!

Conversar com Deus, amigo,
é, vivendo em paz consigo,
sua antena utilizar.
Logo, Espíritos de luz,
mensageiros de Jesus,
vêm com você conversar.

Se estão sujos seus sensores,
espíritos sofredores
virão pra lhe perturbar.
Lembre-se: Pra eternidade,
só virtudes, em verdade,
você daqui vai levar!

MISSÃO DOS MÉDIUNS


Oh! Majestoso Sol! Divino astro rei! Bendito sejas por não abandonares minha pátria! Por enviares a Lua como medianeira da tua luz, para continuar iluminando o meu torrão, mesmo quando o manto da noite cai sobre ele!
Oh! Deus! Nosso Pai! Bendito sejas por não abandonares o poeta! Por enviares os poetas livres para nos alimentar da tua inspiração, mesmo quando o manto da carne cai sobre nós, dificultando o acesso direto a Ti!

À noite, aquele tão belo prateado,
substitui pra nós o amarelado
da luz do Sol a nos iluminar.
No entanto a clara luz que a Lua transmite,
é esse astro rei que incansável emite,
tão docemente por nós a velar.

Não fosse a luz das estrelas, da Lua,
o que seria da paisagem da rua,
sem luz elétrica e sem luz solar?
Mórbidas noites... algo insuportável!
Escuridão tétrica, detestável!
Como poder o caminho enxergar?

Cai o véu da noite sobre a humanidade!
Ao mesmo tempo em que a mediunidade,
como as estrelas e a própria Lua vem,
tão docemente nos comunicar
que através dela podemos entrar
em intercâmbio com os poetas do além.

Esses irmãos, por amor à verdade,
vêm até nós pela mediunidade,
nos anunciar que nem tudo acabou,
lembrando o luar que vem nos avisar,
que o nosso Sol prossegue a iluminar;
que, após se pôr ele não se apagou.

Sejamos dignos, companheiros meus,
pra sermos médiuns, servirmos a Deus
que, usando espíritos de amor e luz,
vai iluminando toda a humanidade!
Sejamos seus exemplos de bondade,
Tal como o nosso amigo e irmão, Jesus!

Toda a atuação do querido Jesus,
missão Divina que o lançou na cruz,
foi de servir para nós como espelho,
a refletir a branca luz Divina.
Sorvamos tudo o que ele nos ensina!
Sigamos sempre seu sábio conselho!

Não escondamos nossa luz em nós!
Sejamos ecos vivos dessa voz,
Como Jesus nos exemplificou!
Façamos das faculdades que temos
as ferramentas úteis que sabemos
que não são nossas. Deus nos emprestou!

POESIA


A Lua não tem luz própria; no entanto, à noite, ilumina toda a minha pátria, provocando a mais bela e romântica chuva de prata, quando sua luz se reflete nas folhas das árvores ou se fragmenta nas águas do mar, devido ao balanço das ondas.
Muita gente não acredita que ela apenas reflete a luz do Sol, como muitos não crêem que nem tudo o que escrevemos ou falamos vem de nós, mas, através de nós. Este conflito viveu o poeta quando escreveu:

Não sei as vezes se sou eu quem fala,
responde, pensa ou, se omitindo, cala...
Será que a alguém eu sirvo para agir?
Há uma vontade dentro em mim que ferve.
Sei que meu cérebro é coisa que serve
pra receber e para transmitir.

Pra transmitir o que? Meus pensamentos?
Minhas experiências? Meus ensinamentos?
Minha razão, ou coisa parecida?
Mas, sendo assim, por que é que eu sofro tanto?
Por que derramo meus rios de pranto,
tendo visão tão perfeita da vida?

Algo, cá dentro de mim mesmo, diz
que eu serei bem mais alegre e feliz,
se, finalmente, me conscientizar
de que sendo tudo o que estou pensando,
devo pensar que sou criança escutando
doces conselhos que o pai me quer dar.

E que cada um, me dando ouvido agora,
tal como eu sou é criança que hoje chora,
sem entender ao certo o que o pai diz.
E como os dois estão todos em mim,
ser filho é bem melhor,porque só assim
eu sei que o pai, que é Deus, me quer feliz.

Enquanto disso, a mim não me convenço,
desequilibro-me, pois o que penso,
não é o que faço ou deixo de fazer!
Declaro guerra ao meu próprio conflito.
Então, com coisas tolas, eu me irrito
e quem só me ouve não pode entender.

Saio à procura de alguém que me escute;
que como eu já sofreu e agora lute
dentro de mim, por ser o que serei.
Na solidão do quarto onde hoje moro,
ligo-me a ele quando a Deus imploro
resposta para o que sinto e não sei.

A explicação logo vem fluentemente,
junto com a paz que invade minha mente.
É como se eu fervesse e uma água fria,
Deus no meu ser estivesse lançando.
Então escrevo o que vou escutando,
Na melhor forma que encontro: Poesia.

CRIANÇA

Na minha sofrida infância eu era feliz. Embora não pudesse brincar como as outras crianças, devido à rígida educação que recebera, tinha plena liberdade de criar um mundo particular no universo infinito da imaginação, onde eu mergulhava numa gota de orvalho ou passava horas escalando, sofregamente, um grão de areia.
Na minha liberta adolescência eu era infeliz, por estar preso à decisão tomada de arquivar o mundo que criara na infância para atender às rígidas exigências do mundo adolescente.
Somente hoje, que já atingi a maturidade, sinto-me livre para dizer aos jovens de todas as idades: - Não arquivem seu mundo infantil! Mas, se forem obrigados, devido a certas circunstâncias, a faze-lo, recorram sempre a esses mesmos arquivos, pois neles estão as bases de uma maturidade equilibrada. Foi uma criança quem me deu este conselho, quando me viu assim...

Olhar perdido, no Céu meditando,
meu pensamento prossegue viajando,
até que vê, nessa viagem, surgir
aquele exemplo de inocência pura
a transmitir tão sublime doçura,
naquela criança feliz a sorrir.

Lindos cabelos soltos e cacheados,
a brisa leve os mantinha esvoaçados
mostrando aspectos bastante infantis.
Naqueles olhos um brilho mavioso,
iluminava um riso tão mimoso,
que de lembra-lo me sinto feliz.

Vive sorrindo, sempre a nos chamar:
Vem com a gente na areia brincar!
Faz castelinhos, como agora faço!
É lindo vê-la, transcendentalmente,
em seu sublime corpo reluzente,
levantar vôo, se perdendo no Espaço!

De olhos abertos ou fechados vejo
todo o real mundo, onde muito desejo
com essa criança tão pura morar;
ultrapassar a linha do horizonte,
de tobogã brincar, descendo o monte
e em qualquer ponto do Universo estar!

É no semblante puro dessa criança
que deposito toda esta esperança!
Onde hauro forças para me reerguer!
Ainda estaremos juntos novamente!
Esperançoso me sinto contente,
com mais vontade de existir e ser.

Eu fico triste vendo uma criancinha,
igual a mim, quando essa idade tinha,
pensar que o mundo é uma continuação
daquele lindo, onde viveu outrora!
Por isso vemos que ela as vezes chora
e os pais não sabem qual a explicação.

Quero que Deus a conserve risonha!
Oh! Criaturinha que hoje me acompanha!
Pra que eu prossiga com você sorrindo!
Sabe? Este mundo onde eu vivo, é tão triste,
que, muitas vezes esqueço que existe
você do Espaço meus passos seguindo!

POESIA SEM FIM

Mais uma vez a alma que sou se liberta do corpo que tenho,momentaneamente, para se encontrar com seres que amo e amarei eternamente.
Mais uma vez a criança em mim se exterioriza, livre de preocupações com rima, métrica ou gramática e escreve estes versos!...


Na areia da praia,
eu estava a escrever.
Em forma de raia,
alguém tentou ler.
Eu lhe disse: Saia
do mar para ver!
Ela falou: caia
na água, sem morrer!
A gente desmaia!
Me pus a dizer,
e ela, sem vaia:
venha! Pode crer!

Eu obedeci,
sem nada falar
e na água cai,
sem saber nadar.
Com ela desci
ao fundo do mar.
Mil peixinhos vi,
suspensos no ar.
Feliz me senti,
não quis mais voltar
e a ela pedi:
deixa-me ficar!

Ela não deixou!
Levou-me pra areia.
Sorrindo falou:
A gente semeia
o amor que te dou.
Deus me presenteia
o vigor que sou,
vigor de baleia.
Se escuro ficou
a gente clareia...
Depois se afastou
pro mar, sua aldeia.

Enquanto eu chorava,
tristeza sentia,
o vento soprava,
a mata gemia,
a folha voava,
no ar se perdia,
a onda quebrava,
na praia batia,
o céu se fechava,
depois se abria,
e eu esperava
pra ver quem surgia.

Naquele momento
o céu foi se abrindo...
como em pensamento,
um rosto surgindo.
Todo o firmamento
tornou-se tão lindo,
que meu sofrimento
foi logo sumindo.
De contentamento
eu a vi sorrindo
e seu sentimento
foi me seduzindo...

Eu desconfiei
que ela fosse um mito
e me aproximei
deste ser bendito.
Depois o toquei,
não fiquei aflito.
Surpreso gritei,
não ouvi meu grito.
Seu olhar fitei;
como era bonito!
Com ela explorei
o Espaço infinito.

Lembro, ela pedia:
Escreva pra mim!
E eu escrevia
na areia, assim:
Não deixe que um dia
eu seja ruim!
E ela sorria,
dizendo-me: Sim,
serei o seu guia
nesse mundo caim
e sua poesia
não mais terá fim!

À RAINHA DO MAR

Quando rasgaste o manto escuro da minha noite sem luar com a tua luz branca, misturando-se ao azul marinho do céu, provocaste a chuva de prata que emoldurou as águas do mar da minha vida, transformando-me em poeta; e eu, alimentando a pretensão de poder descrever-te, ó mágica aparição! Com rimas tão pobres escrevi estes singelos versos:



No teu semblante amigo, este sorriso,
me faz sentir o quanto ainda preciso
ser bem mais eu, para te merecer!
Das tuas mãos jorram mil pérolas raras,
que se diluem no seio das águas claras
do mar sagrado onde hei de te rever.

Essa roupagem linda que te veste,
emite um azul supremo, ultraceleste,
tão suave e claro que igual nunca vi!
A tua aura amiga, translúcida e pura,
lança em meu ser toda calma e ternura
que necessito pra chegar a ti.

Destes teus braços que têm me envolvido,
como se eu fosse o filho mais querido,
vejo tuas mãos espalmadas pra frente,
num gesto doce, tão sereno e amigo,
que nos convida a vivermos contigo,
todo esse amor que tens, eternamente.

Descendo as lágrimas pelo teu rosto,
não nos revelam profundo desgosto,
e sim, vontade de nos ajudar;
de nos erguer ao plano onde hoje estás,
que infinito é em amor, carinho, paz,
luz, fé, beleza e um saber milenar.

Dizem que és dona do oceano que vemos.
Pra mim, possuis aquele que em nós temos,
não esse mar sujo que nos rodeia.
Pois o que vemos sei que é a expressão
deste que banha o nosso coração,
sob teu Sol, que agora nos clareia.

Se a luz e a cor da tua aura nos envolvem,
os nossos maus pendores se dissolvem,
tais como trevas sob a ação da luz,
dando lugar á mais sublime calma,
nos invadindo as profundezas d’alma,
a nos lançar na trilha de Jesus!

Mãe, minha mãe! Agora, como criança,
choro e te imploro um pouco de esperança,
de ser um dia o que queres que eu seja!
Quem erra sofre e quem padece chora.
Quem necessita, se com fervor ora,
Merece ter a luz que hoje deseja!

ÊXTASE

Qual o poeta que diante do mar não desata os laços que o prendem ao corpo e não sai volitando nas asas da imaginação, em busca dos seres amados e que ao encontra-los não se sente tentado a desejar que esse momento se perpetue?
É neste estado que fico sempre que estou numa praia deserta.


Sempre que estou numa praia deserta,
a minha mente à luz do Sol, desperta,
para poder desperta volitar.
Vejo o “Astro Rei” sumindo no horizonte,
brincando, qual criança, atrás do monte.
É minha mente a se deliciar!

Se o corpo dorme, logo a mente acorda.
A paz de espírito em mim transborda,
se nesse instante penso num sorriso.
Olho pro céu e, transcendentalmente,
percebo um ser em nuvem reluzente,
me convidando a entrar no paraíso.

eu, sem coragem de mover os lábios,
logo me inspiro no pensar dos sábios,
que Deus á Terra com carinho enviou;
e vejo-a, mãe, sem auxílio dos olhos;
mas em Espírito, lá nos refolhos,
toda a beleza que se apresentou.

Perco a noção de tempo, ignoro espaço,
sinto uma força desatar o laço
que prende à Terra todo o meu viver.
E, voando, alcanço o mundo mais distante!
Nesse momento sou como um viajante
que tem por meta, nunca mais morrer.

Minh’alma, então, extática, de joelhos,
busca entender todos os bons conselhos
que sua vivência tem pra me ofertar.
Diga-me, Mãe, que fazer desta vida?
Qual a missão desta alma tão sofrida
que erra mas, sempre querendo acertar?

Como eu queria que o tempo parasse
e este teu filho nunca mais voltasse
a ver nos homens o seu lado mau!
Ah! Quem me dera dar adeus ao medo,
pra descobrir, então, todo o segredo
desse intercâmbio tão transcendental!

Eu Lhe prometo, Espírito de Luz,
serei fiel às lições de Jesus,
chaves da minha auto-libertação.
Bem sei que às vezes me sinto esquecido
que benefícios tenho recebido,
e sua presença traz recordação.

PENSE EM DEUS

Eis que mais uma vez o Sol, divino astro rei, risca o céu da minha pátria encontrando-a, desta feita, encoberta por espessas nuvens, dificultando porém, jamais impossibilitando o seu trabalho de iluminação, aquecimento e manutenção da vida dos que ali habitam.
A sua luz, embora reduzida, iluminou os pingos de chuva que, ao caírem na poeira da estrada se transformaram em gotas lamacentas e ao se precipitarem na pétala da rosa se transubstanciaram em gotas diamantíferas a saudarem o Criador.
Pena que todo esse espetáculo, embora visto por todos, somente foi apreciado pelo poeta que assim narrou:


Pingos de chuva penetram a terra...
Contornos surgem lá do alto da serra...
A cerração vem nos anunciar:
“Mais um inverno está se despedindo!”
As gotas d’água sobre o solo caindo,
são despedidas de quem quer ficar.

Forma-se um arco-íres multicolorido,
dando à paisagem um novo sentido,
mostrando as cores dos raios solares,
que há muito tempo as nuvens esconderam,
somente agora é que reapareceram,
iluminando os bosques e pomares.

Vem um Sol tímido se aproximando,
sem aquecer, somente iluminando
com a sua luz amiga toda a mata;
e a plantação viçosa, ainda molhada...
verdinha! À luz do Sol iluminada,
um coruscante dourado retrata.

Um céu de um lindo azul, inigualável,
nos aparece de maneira afável;
um vento fresco nos acaricia!
A poça d’água reflete as estrelas;
os nossos olhos não conseguem vê-las,
devido a luz do Sol, durante o dia!

Essa paisagem que estou descrevendo,
confessar devo, hoje não a estou vendo,
e, sim, sentindo-a, cá dentro de mim!
Qualquer um pode, muito bem, viver
no mundo lindo que não pode ver!
Só se consegue ser feliz assim!

Pense no mar quando estiver sofrendo!
Pense na nuvem a Lua escondendo!
Pense naquele rio cristalino!
Pense na força de uma cachoeira!
No deslizar de rochas na pedreira!
No que falou o “Sublime Peregrino!”

Todo esse mundo e mais é seu, meu amigo!
E assim será pra sempre! Ouça o que eu digo!
Pois ele está nos pensamentos seus!
Pense no bem e ele ressurgirá!
Todo o Universo aos poucos se abrirá!
Simplificando, amigo, pense em Deus!