quinta-feira, 20 de setembro de 2007

À RAINHA DO MAR

Quando rasgaste o manto escuro da minha noite sem luar com a tua luz branca, misturando-se ao azul marinho do céu, provocaste a chuva de prata que emoldurou as águas do mar da minha vida, transformando-me em poeta; e eu, alimentando a pretensão de poder descrever-te, ó mágica aparição! Com rimas tão pobres escrevi estes singelos versos:



No teu semblante amigo, este sorriso,
me faz sentir o quanto ainda preciso
ser bem mais eu, para te merecer!
Das tuas mãos jorram mil pérolas raras,
que se diluem no seio das águas claras
do mar sagrado onde hei de te rever.

Essa roupagem linda que te veste,
emite um azul supremo, ultraceleste,
tão suave e claro que igual nunca vi!
A tua aura amiga, translúcida e pura,
lança em meu ser toda calma e ternura
que necessito pra chegar a ti.

Destes teus braços que têm me envolvido,
como se eu fosse o filho mais querido,
vejo tuas mãos espalmadas pra frente,
num gesto doce, tão sereno e amigo,
que nos convida a vivermos contigo,
todo esse amor que tens, eternamente.

Descendo as lágrimas pelo teu rosto,
não nos revelam profundo desgosto,
e sim, vontade de nos ajudar;
de nos erguer ao plano onde hoje estás,
que infinito é em amor, carinho, paz,
luz, fé, beleza e um saber milenar.

Dizem que és dona do oceano que vemos.
Pra mim, possuis aquele que em nós temos,
não esse mar sujo que nos rodeia.
Pois o que vemos sei que é a expressão
deste que banha o nosso coração,
sob teu Sol, que agora nos clareia.

Se a luz e a cor da tua aura nos envolvem,
os nossos maus pendores se dissolvem,
tais como trevas sob a ação da luz,
dando lugar á mais sublime calma,
nos invadindo as profundezas d’alma,
a nos lançar na trilha de Jesus!

Mãe, minha mãe! Agora, como criança,
choro e te imploro um pouco de esperança,
de ser um dia o que queres que eu seja!
Quem erra sofre e quem padece chora.
Quem necessita, se com fervor ora,
Merece ter a luz que hoje deseja!

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