à Terra vieste para os habitantes
deste planeta frio enternecer...
a ti, que és brilho na minha alma fosca,
enfeite lindo na mobília tosca,
do meu sofrível existir e ser...
A ti, sublimes olhos eclipsados,
que, embora pelo pranto obliterados,
não deixam de emitir a luz do amor...
a ti, que és como flor resignada,
que, mesmo pela vida esmigalhada,
perfuma a mão dos que lhe causam dor...
Oh! Ser de luz! Teu clarão me ilumina,
por ser oriundo de fonte Divina
a se espargir no meu viver escuro!
Hei de te amar por toda a minha vida,
ó alma amiga, lá do céu descida!
A ti serei sempre fiel. Eu juro!
Quando o Universo, Deus desintegrar,
e do que vemos nada mais restar,
somente o nulo, o vácuo, a escuridão...
teu corpo etéreo, translúcido e belo,
será pra mim a referência, o elo
ponto de apoio pra nova criação.
E plasmaremos juntos, novo mundo,
calcado neste amor puro e profundo,
que interpenetra nosso coração.
Mundo feliz, sem sofrimento e dor,
onde cada um será um cocriador,
ao tornar sólida a imaginação...
Os nossos corpos, cheios de leveza,
quintessenciados, mostrando a realeza
do próprio Deus que o idealizou,
com o dom de estar onde a alma quer estar,
ou, calma e mansamente volitar.
Eis o que o amor pra nós já reservou!
Este é um retrato pálido e sem brilho,
do que a vida oferta a cada filho,
que cumpre a sua lei, a Lei do Amor!
Por isso mesmo, alma querida e boa,
Vale viver e amar, mesmo que doa.
Somente assim sublimamos tal dor!
