Eu, que te falo, irmão, neste momento,
sob a ação de forte imaginação,
já percorri mil orbes astralinos,
até chegar ao mundo pequenino,
que é este corpo onde hoje estou preso, irmão.
...E sob a ação do vento a folha voa...
tal como sob a ação do tempo ecoa,
na intimidade dos mundos astrais,
toda a mensagem do Cristo em Jesus,
alimentando-nos de pura luz
como nos tempos imemoriais...
Se à rapidez da luz ela é lançada,
sua energia, outrora condensada,
libera-se e entra noutra dimensão.
Tudo o que o Mestre falou é poesia,
no seu estado puro de energia
se condensando em nosso coração.
Com o tempo, toda folha se transforma;
se modifica muito em sua forma,
até chegar a ser livre energia;
porque, segundo um sábio me falou,
neste Universo que o Bom Deus criou,
nada se perde pois, nada se cria.
Se a folha cai num terreno arenoso,
serve de adubo e, quando é dia chuvoso,
sementes que foram ali deixadas
fazem que a terra estéril, tão deserta,
ganhe a expressão da mais fértil floresta,
efeito das primeiras germinadas.
Dali mil folhas se soltam ao vento.
Assim se faz o reflorestamento.
Eis a suprema vontade de Deus!
Folhas são nossos ancestrais terrestres.
Sementes são aqueles nossos mestres.
Nós somos a floresta que cresceu.
Se somos árvores temos semente.
Se não tivermos tal verdade em mente,
seremos folha, seu prolongamento.
Eu já fui folha; já vaguei no espaço;
hoje sou árvore e estes versos faço,
lembrando o tempo em que fui folha ao vento!