Muita gente não acredita que ela apenas reflete a luz do Sol, como muitos não crêem que nem tudo o que escrevemos ou falamos vem de nós, mas, através de nós. Este conflito viveu o poeta quando escreveu:
Não sei as vezes se sou eu quem fala,
responde, pensa ou, se omitindo, cala...
Será que a alguém eu sirvo para agir?
Há uma vontade dentro em mim que ferve.
Sei que meu cérebro é coisa que serve
pra receber e para transmitir.
Pra transmitir o que? Meus pensamentos?
Minhas experiências? Meus ensinamentos?
Minha razão, ou coisa parecida?
Mas, sendo assim, por que é que eu sofro tanto?
Por que derramo meus rios de pranto,
tendo visão tão perfeita da vida?
Algo, cá dentro de mim mesmo, diz
que eu serei bem mais alegre e feliz,
se, finalmente, me conscientizar
de que sendo tudo o que estou pensando,
devo pensar que sou criança escutando
doces conselhos que o pai me quer dar.
E que cada um, me dando ouvido agora,
tal como eu sou é criança que hoje chora,
sem entender ao certo o que o pai diz.
E como os dois estão todos em mim,
ser filho é bem melhor,porque só assim
eu sei que o pai, que é Deus, me quer feliz.
Enquanto disso, a mim não me convenço,
desequilibro-me, pois o que penso,
não é o que faço ou deixo de fazer!
Declaro guerra ao meu próprio conflito.
Então, com coisas tolas, eu me irrito
e quem só me ouve não pode entender.
Saio à procura de alguém que me escute;
que como eu já sofreu e agora lute
dentro de mim, por ser o que serei.
Na solidão do quarto onde hoje moro,
ligo-me a ele quando a Deus imploro
resposta para o que sinto e não sei.
A explicação logo vem fluentemente,
junto com a paz que invade minha mente.
É como se eu fervesse e uma água fria,
Deus no meu ser estivesse lançando.
Então escrevo o que vou escutando,
Na melhor forma que encontro: Poesia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário