domingo, 23 de setembro de 2007

DA TREVA À LUZ

O verdadeiro poeta não foge dos conflitos d’alma por saber ser impossível, como, também, não faz aos mesmos apologia por saber serem eles apenas etapas de progresso.
O mergulho do verdadeiro poeta no conhecimento de si mesmo faz que ele ultrapasse as faixas mentais do inconsciente atual e passado, até encontrar a zona pura da mente de onde traz, não conflitos, pois lá não existem, mas luz, para que possamos enxergá-los, entendê-los e, assim, dissipá-los com o auxílio do tempo, como podemos observar a seguir:

A nuvem negra envolveu minha vida.
Eu, sob a ação de massa tão poluída,
quis versos lindos fazer e não fiz,
pois era limpo o caminho e sujei,
assim, tão sujo quanto ele fiquei,
desrespeitando-me e sendo infeliz.

Para escrever, hoje, tão pobres versos,
luto, buscando descobrir processos
de reversão no modo de pensar.
Para encontrar meu eu pleno de amor,
Faço da lágrima um removedor,
Para essas nuvens de ódio dissipar.

Enquanto escrevo em versos a poesia,
sinto que a nuvem má se distancia
e penso ser pra nunca mais voltar.
Esqueço e lanço-me no mundo impuro,
tornando-me tão sujo e obscuro,
que a intrusa logo volta a me atacar.

Resignando-me com minha cruz,
Transformo a lágrima em pingos de luz,
para arrancar de mim a nuvem escura.
E só depois de muito sofrimento
e muita luta, inverto o sentimento,
pra escrever versos plenos de ternura.

Versos que sei que não sou eu que faço,
e sim, alguém livre de tempo e espaço,
que, cuja mente entra em comunhão
com quem quer que se sinta satisfeito
de ver nos mesmos, como causa e efeito,
tranqüilidade, paz, amor, perdão...

Esta é a rotina de quem quer crescer:
Esforço próprio em busca de inverter
os sentimentos que não fazem bem.
Experimente e veja o resultado!
Agora acolha o irmão necessitado
que em você busca o que em si mesmo tem.

Ao distribuir os meus bens materiais,
eu, em verdade, não fiz nada a mais,
que dar à Terra os bens dela e não os meus!
Mas, repartir o que há de melhor n’alma:
Ternura, amor, carinho, ânimo, calma...
É fazer o outro em si mesmo ver Deus!

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