toda a luz que há no teu ser,
pois, através deles vejo
a tua tristeza, alegria,
a tua dor, a tua agonia,
nesse mundo de desejo.
Teus olhos me dizem cousas
que tu, menina, não ousas
revelar para ninguém!
Jamais, guardes em ti mágoa!
Porque, cada gora d’água,
Mostra-me tudo o que tens.
Quando tentas esconder,
em espírito sofrer,
nos teus dois olhinhos leio,
algo confuso, agitado,
nervoso, desesperado,
chamado angustia, anseio...
Nos teus olhos descobri
que o que sentes já senti,
ou então, ainda sentirei.
Quem sabe, pelas desgraças,
pelas venturas que passas,
já passei ou passarei!
Nós somos pólos opostos.
Se nos ligarmos, aposto,
que alguma luz não se faça!
Se o que sabes e não sei
me ensinares, saberei.
Só assim viver tem graça!
Se o que sei guardo comigo
e o que tu sabes, contigo,
entre nós dois nada existe.
Tal como em contos reais,
nós seremos um a mais
que há de ter um fim tão triste.
Mas, se olhares os teus olhos,
com o mesmo amor que olho
meus olhos, nos olhos teus,
reduziremos os pesos
que mantêm retidos, presos
teus sentimentos e os meus.
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