domingo, 23 de setembro de 2007

PÔS-SE A CAMINHAR


Quando os bloqueios encontrados pelo poeta para vislumbrar a luz natural são de origem externa, ou seja, se é dia, depende de Deus afastar as nuvens; se for noite, caberá ao Criador enviar a Lua e as estrelas. Mas quando são de origem interna, ou seja, a indisposição do poeta de abrir os olhos, não mais depende de Deus, mas, tão somente do poeta buscar dentro de si todo o potencial que o fará se erguer e se por a caminhar...

Um dia um homem, sentado na cama,
sentindo como se estivesse em chama,
pediu a Deus mais uma inspiração,
falando assim: “Meu bom Pai, me perdoa
se não agi de uma maneira boa!
Humildemente rogo o teu perdão!

Sinto em mim mesmo um vazio profundo!
A sensação de término do mundo
de amor e paz que havia dentro em mim!
Chego a pensar que a fonte está secando
e a única flor do meu jardim murchando!
Que fiz, Meu Deus, pra sofrer tanto assim?

Tira de mim o pensamento fútil!
eu quero ser em vida e em versos útil
Às leis sensatas do mais alto astral.
Quero, inspirado no Divino Mestre,
amar a cada irmãozinho terrestre,
e assim viver a paz universal.

Quero mostrar, através da poesia,
que a fé não é uma vã filosofia,
sem me entregar jamais ao fanatismo.
Quero fundir a psicologia,
as Leis da física, a biologia,
a ciência, enfim, à luz do Cristianismo.

Não pode haver uma separação!
Se há luz na ciência há paz na religião.!
Esta fusão é a razão de viver!
Sei que entende-las isoladamente,
é separar a árvore da semente.
Sábio nenhum, jamais pôde fazer!

Olhar o mar sem emoção sentir,
é mastigar, logo depois cuspir,
sem perceber o sabor da comida!
Hoje, bem sei que comigo acontece,
mas tenho fé que ouvirás minha prece
e me farás mais sensível à vida!

Oh! Deus! Eu quero preencher meu vazio,
com água pura a correr do teu rio,
luz do teu Sol, todo sal do teu mar!
Quero entender meu mentor, meu guia,
Para espalhar luz no mundo em poesia!”
Haurindo forças, pôs-se a caminhar...

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