Um dia um homem, sentado na cama,
sentindo como se estivesse em chama,
pediu a Deus mais uma inspiração,
falando assim: “Meu bom Pai, me perdoa
se não agi de uma maneira boa!
Humildemente rogo o teu perdão!
Sinto em mim mesmo um vazio profundo!
A sensação de término do mundo
de amor e paz que havia dentro em mim!
Chego a pensar que a fonte está secando
e a única flor do meu jardim murchando!
Que fiz, Meu Deus, pra sofrer tanto assim?
Tira de mim o pensamento fútil!
eu quero ser em vida e em versos útil
Às leis sensatas do mais alto astral.
Quero, inspirado no Divino Mestre,
amar a cada irmãozinho terrestre,
e assim viver a paz universal.
Quero mostrar, através da poesia,
que a fé não é uma vã filosofia,
sem me entregar jamais ao fanatismo.
Quero fundir a psicologia,
as Leis da física, a biologia,
a ciência, enfim, à luz do Cristianismo.
Não pode haver uma separação!
Se há luz na ciência há paz na religião.!
Esta fusão é a razão de viver!
Sei que entende-las isoladamente,
é separar a árvore da semente.
Sábio nenhum, jamais pôde fazer!
Olhar o mar sem emoção sentir,
é mastigar, logo depois cuspir,
sem perceber o sabor da comida!
Hoje, bem sei que comigo acontece,
mas tenho fé que ouvirás minha prece
e me farás mais sensível à vida!
Oh! Deus! Eu quero preencher meu vazio,
com água pura a correr do teu rio,
luz do teu Sol, todo sal do teu mar!
Quero entender meu mentor, meu guia,
Para espalhar luz no mundo em poesia!”
Haurindo forças, pôs-se a caminhar...
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