que só tem o que merece,
porque fez por merecer
e que tal merecimento,
é um efeito do momento,
em que algo fez por fazer.
Olha pássaros voando,
bem felizes no ar cantando,
e quer ser ave também;
mas, gaiola e caçador,
fazem qualquer sonhador
se conformar com o que tem.
A gente fica pensando:
Se nem os pássaros voando
estão livres de verdade,
pois os homens nas caçadas
armam para eles ciladas,
onde é que está a liberdade?
Em meio a tal agonia,
surge uma melancolia
que faz a gente chorar,
mas algo dentro, latente,
pede que plante a semente
e espere o tempo passar.
Quem pelos espaços vem,
semeando só os grãos do bem,
o mal não pode esperar.
Se enquanto estiver colhendo,
lembrar de plantar, vai vendo
que vale a pena semear.
Quem mata uma ave que enfeita,
simplesmente desrespeita
a Lei que Deus escreveu.
Ninguém mata a ave inocente!
Apenas tira da frente
A cópia que Ele nos deu.
Não pode o homem matar
o que Deus vive a criar,
mas, sua expressão, matamos.
Eis um dos muitos motivos,
De nós: os mortos, os vivos,
Chorarmos como choramos.
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