sábado, 19 de maio de 2007

CONTA E TEMPO



Deus pede estrita conta do meu tempo.
É forçoso do tempo já dar conta.
Mas, como dar sem tempo, tanta conta,
eu que gastei sem conta, tanto tempo?

Para ter minha conta feita a tempo,
dado me foi bom tempo e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
quero hoje fazer conta e falta tempo.

Oh! Vós que tendes tempo sem ter conta!
Não gasteis vosso tempo em passa-tempo!
Cuidai, enquanto é tempo em fazer conta!

Mas, ah! se os que contam com seu tempo,
fizessem desse tempo alguma conta!
Não chorariam, sem conta, o não ter tempo!

Laurindo Rebelo

2 comentários:

Tonni Nascimento disse...

Olá Ary! Esse soneto é de Laurindo Rebelo. Aliás é um ótimo soneto.

KARLA KARDOSO disse...

ESte sonete, Ary, é belíssimo
Rico em literatura
em rima
em sonoridade tendo em vista
os trocadilhos inteligente
com as palavras conta e tempo.
É importe alerta para que
aproveitemos o nosso tempo
em algo bom